jueves, 12 de abril de 2012

Uma bandeira, uma história!



Texto e Foto de Lutero Barbará

Uma lenda nos conta que durante uma batalha contra os mouros, no século IX, o líder catalão Giufré tombou ferido gravemente. Seu aliado Carlos II, neto de Carlos Magno, molhou seus dedos no ferimento de Giufré e tingiu seu escudo dourado com quatro listras de sangue, como quem pinta um quadro com sentimentos de desespero e fúria. O gesto simbólico varou os séculos rasgando o escudo do tempo e fazendo eco na eternidade. 

Quatro barras vermelhas sobre um fundo dourado e assim nascia um símbolo; a bandeira da Catalunha. É impossível que se saiba se foi exatamente assim que ocorreu, mas o surgimento de um estandarte raramente tem compromisso com a realidade dos fatos.

Os símbolos forjados pelo homem e para o homem não podem ser paridos na frieza de uma reunião ordinária, é no universo dos heróis míticos e das lendas românticas que a bandeira cria a sua força e justifica sua natureza que transcende o tempo.

Nas varandas e janelas de Barcelona podemos observar as listras do sangue de Giufré sobre o escudo dourado de Carlos II resistindo à sucessão dos dias e balançando ao sabor do vento. Elas estão ali, como uma lembrança que sua identidade persiste teimosa afrontando a ambição mesquinha dos opressores do passado, elas tremulam evocando o primitivo desejo humano de liberdade, o direito de expressar em sua própria língua os seus valores e a sua cultura. O que se pinta com sangue não se apaga com facilidade.



bandeira-catalunha
A banderia da janela, com triângulo e estrela, é a independentista. 
A banderia oficial da Catalunha tem somente as listras amarelhas e vermelhas.   

2 comentarios:

  1. Respuestas
    1. Lindo mesmo!!!!! O mérito é todo do Lutero Barbará, quem escreveu e é autor da foto do post e do Colombo ao pôr-do-sol (que está na lateral do blog).

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