Texto
e Foto de Lutero Barbará
Uma
lenda nos conta que durante uma batalha contra os mouros, no século
IX, o líder catalão Giufré tombou ferido gravemente. Seu aliado
Carlos II, neto de Carlos Magno, molhou seus dedos no ferimento de
Giufré e tingiu seu escudo dourado com quatro listras de sangue,
como quem pinta um quadro com sentimentos de desespero e fúria. O
gesto simbólico varou os séculos rasgando o escudo do tempo e
fazendo eco na eternidade.
Quatro barras vermelhas sobre um fundo
dourado e assim nascia um símbolo; a bandeira da Catalunha. É
impossível que se saiba se foi exatamente assim que ocorreu, mas o
surgimento de um estandarte raramente tem compromisso com a realidade
dos fatos.
Os
símbolos forjados pelo homem e para o homem não podem ser paridos
na frieza de uma reunião ordinária, é no universo dos heróis
míticos e das lendas românticas que a bandeira cria a sua força e
justifica sua natureza que transcende o tempo.
Nas
varandas e janelas de Barcelona podemos observar as listras do sangue
de Giufré sobre o escudo dourado de Carlos II resistindo à sucessão
dos dias e balançando ao sabor do vento. Elas estão ali, como uma
lembrança que sua identidade persiste teimosa afrontando a ambição
mesquinha dos opressores do passado, elas tremulam evocando o
primitivo desejo humano de liberdade, o direito de expressar em sua
própria língua os seus valores e a sua cultura. O que se pinta com
sangue não se apaga com facilidade.
A banderia da janela, com triângulo e estrela, é a independentista.
A banderia oficial da Catalunha tem somente as listras amarelhas e vermelhas.
A banderia oficial da Catalunha tem somente as listras amarelhas e vermelhas.
Bah Cris, lindo post!
ResponderEliminarLindo mesmo!!!!! O mérito é todo do Lutero Barbará, quem escreveu e é autor da foto do post e do Colombo ao pôr-do-sol (que está na lateral do blog).
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